Publicado em 22/08/2022 às 13h54 – Atualizado em 22/08/2022 às 14h01.

Em três semanas de coleta de dados, aproximadamente 43 milhões de pessoas já responderam ao questionário do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 19 milhões de domicílios já foram visitados em todo o território nacional brasileiro. De acordo com o instituto, as comunidades quilombolas terão à sua população recenseada a partir deste Censo Demográfico.
No entanto, muitos recenseadores contratados (temporário) pelo IBGE estão denunciando problemas e com dificuldades para fazer a coleta da população:
  • Veiculação das notícias falsas;
  • Deslocamento em áreas perigosas ou de difícil acesso;
  • Ameaças, agressões (verbais e físicas) e o assédio sexual;
  • Abuso de autoridade;
  • Falta de assistência da supervisão com a sua equipe em campo;
  • Divergência de informações prestadas durante o treinamento e na prática, como por exemplo, o fechamento do setor censitário (% do número de ausentes e recusas);
  • Desligamento sem ou com justa causa sem justificativa;
  • Falta de divulgação (outros meios de comunicação: outdoor, carro de som e outros);
  • Ausência da ajuda de custo do treinamento (realizado em julho);
Muitos recenseadores do IBGE estão ameaçando entrar de greve nacional contra a falta de pronunciamento do Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre a precarização das condições de trabalho aos contratados para a realização do Censo Demográfico.
O Matheus (nome fictício) criou vários grupos no WhatsApp para coletar as reclamações dos recenseadores dos 26 estados e do Distrito Federal e confecionou uma carta aberta para o presidente do IBGE [veja no final desta reportagem] para cobrar um posicionamento sobre às falhas na prestação de serviço da coleta.

Nós a União dos Recenseadores do Brasil, grupo pacifico, independente e de livre iniciativa, gostaríamos de comunicar ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre as lesões aos direitos dos recenseadores.

Incialmente, gostaríamos de pontuar os frequentes e costumeiros atrasos em relação aos pagamentos da categoria. Diversos recenseadores têm nos relatado que não receberam a ajuda de custo relacionado ao treinamento, tão pouco a ajuda de custo relacionada ao deslocamento para executar o recenseamento. Essa falta de regularidade nos pagamentos está comprometendo a execução do serviço, onde uma grande parcela da categoria necessita deslocar-se através do transporte coletivo, local e ou regional.

Não obstante, as desencontradas informações têm gerado insegurança e ansiedade para toda a categoria. Tratando-se de repercussão geral, chegou ao conhecimento dos recenseadores, que só poderíamos encerrar o trabalho no setor censitário se tivermos aplicados questionários a 95% de todo o setor. A categoria é unânime em solicitar a reconsideração deste critério, tendo em vista que a informação não nos foi passada em treinamento e também não consta no manual do recenseador. Somos remunerados por produção, logo nosso interesse seria fazer “110%” do setor censitário; paradoxalmente encontramos, nos debatemos com diversas situações onde o cidadão é taxativo em afirmar que não vai prestar as informações ao IBGE, não nos dando outra escolha. 

Outrossim, gostaríamos que V.Sª, analisasse a concessão de um valor de ajuda de custo que seja superior ao transporte coletivo, exercemos atividade penosa, estamos expostos na rua onde muitas vezes temos a necessidade de comprar uma água ou fazer um lanche para postergarmos o trabalho de coleta.

Face ao exposto, que temos orgulho em integrar uma das fundações mais respeitadas do país. O Censo é fundamental para alimentar a base de dados da administração pública, e desta forma os entes federativos poderão gerir os recursos públicos da melhor maneira possível. Certo de sermos atendidos, gostaríamos de agradecer antecipadamente vossos esforços.

Até o fechamento desta reportagem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) ainda não enviou nenhuma nota oficial sobre o assunto e tão menos se pronunciaram em seus canais de comunicação para à imprensa e comunidade.

38 COMMENTS

  1. Concluir um setor em 9 dias de trabalho, e até agora nada de fecharem a supervisão, pois estão a esperar ordem dos “chefes”. Trabalhei os dois turnos incansavelmente, no intuito de pegar mais setor e obter uma maior rentabilidade, visto que nosso ganho é por produção, e até agora nada…Somos obrigados a ficar em casa e esperar a boa vontade de fechamento do nosso setor, impedindo a nossa produtividade. Transporte só foi pago por uma semana, até a presente data. Só temos informações desencontrados, trabalhamos no escuro, ninguém nos passa informações concretas. Chega! Queremos uma resposta do IBGE, e p ontem.

  2. É profundamente lamentável acompanharmos tal situação, em que pessoas respeitáveis no cumprimento de suas funções, tornam-se reféns de gestões ineficientes. Pior que isso, é aceitarmos que a linha de frente de um trabalho tão importante, seja tão cruelmente tratada. Fui designada para ser recenseadora, mas ainda aguardo ser chamada para treinamento. Estou muito apreensiva quanto as condições de trabalho a que serei submetida.

  3. boa noite está muito difícil mesmo trabalhar sem a ajuda de custo pois lá no edital estava escrito a ajuda de custo e saio do meu bairro todos dias pagando passagem do meu bolso pra cidade pegar já tem 3 semanas trabalhando sem nem uma ajuda não tenho mais como trabalhar pq o meu setor é longe e dependo de onibus nem a ajuda de custo do treinamento eu recebir aonde foi este dinheiro??? este IBGE este ano está uma pouca vergonha muita gente já saiu é vai continuar saindo todo mundo estou decepcionada com o IBGE a coordenação e supervissores péssima nao esta dando nem um apoio aos resenceadores eles vao no posto de coleta quando quer tem dia que não vai e não está cumprindo horário desabafo de nós resenceadores o IBGE deveria ter mais respeito com os nossos trabalhos que não está facil

  4. Moro em Rio Branco, Acre. Fui demitido sem justa causa, sem direito a ampla defesa, sem recisão…me sentindo ameaçado pelo coordenador de sub área. fui incitado a fazer uma gambiarra no setor, descaso total.

  5. Sou recenseador em Caraguatatuba SP e estou muito feliz com o andamento do trabalho, não compactuo de maneira alguma dessa possível greve e sigo fazendo meu trabalho com orgulho.

  6. Fui supervisora e tive os mesmo problemas com o ”IBGE” de falta de capacitação de meus respectivos chefes e financeiros tbm, porém…fui mandada embora por não ter os reembolsos e não aceitar ficar gastando do meu bolso ( e depois descobri que tinham me mandado embora como se eu tivesse me demitido) um bando de pessoas gestoras que não fazem as coisas certas e só sabem te chupar o sangue enais q prefiro nem comentar. Obs: Para mim, a má gestão acabou com um grande órgão q é o citado .

  7. Quero apoiar a causa sou recenseador também e não acho justo não receber um vale transporte, vale alimentação ou não ter um seguro de vida por frequentar áreas ermas em que não nos dão segurança.

  8. Estou no meu setor desde o começo , e só recebi metade da minha ajuda de custo , disseram que tenho que fazer mais da metade para receber a outra parte da ajuda de custo , tá difícil viu

  9. Verdade mesmo exigiram que eu trocasse de setor pois um sindico queria restringir os horários da pesquisa ao bel prazer, sindicos pensam que são deuses e não precisam respeitar a lei!

  10. Cara, eu trabalhei no Censo de 2010 e te digo: O trabalho em algumas regiões é muito difícil de ser realizado. Os prédios de luxo considerados Classe A são os mais difíceis de ser realizados por causa de porteiros que muito das vezes não permitem acesso aos moradores a pedido deles próprios.

  11. Sou uma recenseadora onde tenho algumas situações a acrescentar na carta aberta que li acima: passei um questionário pela internet ficaram 13 dias para retornar para DMC e tive que fazer por telefone a entrevista desse domicílio; meu gráfico está 100% coletado e não consigo receber novo setor porque no meu DMC diz que existe pendência? Ficamos sem ACS, passei a situação para o ACM e até para o coordenador geral e nada resolvido. Ou seja quase final do mês e nem ajuda de deslocamento tenho

  12. É triste saber que a direção do IBGE não está dando condições de trabalho e salário para os rescenseadores fazerem um trabalho tão importante que é o censo. Isso reflexo dos cortes e falta de prioridade do atual governo federal que não tem se preocupado com os rumos do nosso país e nem o que pode ser o futuro. As políticas públicas para a sociedade brasileira depende dessa realidade onde mostrar a exclusao e a vida precária de milhares de pessoas que sobrevivem nós territórios mais logincuos.Sr. pte tenha mais seriedade para a as equipes do IBGE

  13. Tenho uma filha recenseadora que está passando por essa situação .
    Não é permitido por informação dos supervisores avisar que existe uma lei e multa pra quem se nega responder, que assediar ou destratar funcionário que exerce poder público é crime passível de detenção .
    Estão trabalhando sem o uso da legislação que os protege e o próprio IBGE não se pronuncia, parece que politicamente está conivente com a situação . Uma falta de respeito com o trabalhador , que além da falta de segurança não pode contar com um pagamento baseado em metas
    Minha filha está numa região que foram dadas 300 residências, sendo que essa não é uma realidade, pq devido ao número de puxadinhos , já ultrapassam 700 residências, até agora nem um real foi pago, nem para alimentação e transporte. Um absurdo total.😡😡

  14. Bom dia , estou aguardando ser chamado p/ uma inscrição que já fui classificado , 014/2022 porém ao chegar no dia p/ fazer ou entregar a inscrição já pronta , no local onde estavam os responsáveis , ninguém sabia de nada nem sequer que havia esta nova contratação tive eu que informar aos funcionários que tinha sim uma nova inscrição enfim depois de eu ter que provar pra eles mostrar no site do IBGE é que foram se inteirando da situação , mais porém ninguém conseguiu fazer oficializar a minha inscrição tive que aguardar dias p/ conseguir o NR. da inscrição , como se não bastasse aí teria que aguardar uma primeira lista e depois uma segunda p/ ver a classificação aí depois aguardar ser chamado p/ o treinamento o que não aconteceu até agora , enfim uma situação de vexame , e exposição do indivíduo que fica em uma situação sem saber o que fazer , mais na sequência fui ver que ,tudo parte do Rio de Janeiro , os funcionários daqui dos estados municípios não tem poder algum , e vi uma total desordem e até falta de ética e respeito com o candidato , vi uma situação caótica do órgão IBGE , então uma organização desorganizada não pode trazer bons resultados p/ o que se compromete a fazer , e até agora não houve chamada alguma , pra quem tem pressa a situações do IBGE , é igual a de uma tartaruga que já lenta ainda lhe falta uma perna.

  15. Concordo com o que está escrito e acrescento que nos editais está sendo colocado que o IBGE paga auxílio transporte e alimentação mais outros benefícios , porém não específica em qual situação paga estes benefícios ok . A pessoa se inscreve para trabalhar e mal consegue receber a produção , pois depois que fecha o setor ainda demora muito pra ser feito toda a vistoria e pagamento.

  16. Sou recenseadora no Rio de janeiro e concordo plenamente com as reclamações. Gostaria de saber qual o amparo legal que temos para mover uma reclamação trabalhista em conjunto?.

  17. Bom pessoal estou trabalhando como resenseadora no município de glória de Goitá PE. Ainda não recebi a ajuda de custo do treinamento. E também tem outra questão sobre atestado médico que o instituto não aceita. Fui avisada que estou com baixa produtividade no meu setor que devido a isso eu poderia ser desligada do censo automáticamente. Acontece que eu estava doente sem condições de ir pro meu setor sensitario. Tanto eu como meu filho de três anos adoecemos. Com torce, dores de cabeça e no corpo febre coriza e com rouquidão na voz. Isso já faz uma semana e continuo rouca. Como que eu vou fazer entrevista se a minha principal ferramenta de trabalho é a voz? Será que não temos e não podemos ficar doente para trabalhar no censo. E os nossos direitos como fica.

  18. O ser humano que trabalha como recenseador para o ibge já perde a alma,pois é pior que qualquer outra coisa muita dedicação para passar em um concurso e no final fica sendo tratado como um cachorro, triste

  19. Eu não gostei da mulher que veio em minha casa pois entrou sem pedir licença qnd vir já estava na porta minha cozinha eu disse que estava ocupada e não ia atendela e ela me ameaçou dizendo que eu ia pagar multa e depois qnd vi ela estava conversando com a minha filha pois não foi embora como eu mandei ela sair da minha casa outro dia ela voltou e meu marido a atendeu la na entrada de casa pois eu devia era ter denunciado ela pois invadiu a minha casa e isso não pode!
    Deixo aki a minha reclamação e não quero saber de ninguém na minha casa!

  20. Isto aí e verdade pq sou uma recenseadora agente passa por isto mesmo ainda n saiu a renda de custo para nós ,nós deslocar e o dmc e muito deficiu de se li dar muito complicado mesmo

  21. Olá, sou recenssiadora no Paraná, muitas vezes uso o meu carro pra chegar aos lugares pois a cidade não tem ônibus até os lugares, eu tenho que por o dinheiro do próprio bolso pra chegar nos lugares e ninguém dá uma posição de ajuda de custo, estou muito desanimada.

  22. Sai ontem, antes da matéria ir para mídia… atuei em Paquetá…durante 3 semanas financiei minha passagem…ida e volta durante 15 dias.
    Meu coordenador, mesmo assim exigiu mais produção de entrevistas com promessas de 50% do pagamento.
    Pós 15 dias do trabalho concluído e revisado.
    sem água, ajuda de custos p/ lanche básico ( salgado+ refresco)
    Com chuva, sol na cabeça…
    O boné esquenta muito.

  23. Os agentes de saúde passam pelas mesmas dificuldades ( e outras mais) há mais de 20 anos. Os agentes contratados do DF até alguns meses atrás nem recebiam auxílio transporte e alimentação. E até hoje não tem todos os direitos garantidos.

  24. Quando fiquei sabendo que não teria o Auxílio Transporte desisti no primeiro dia do treinamento e fiz bem pois as reclamações só aumentam e fora casos de ameaças à integridade física. Que Deus venha guardar e livrar os trabalhadores!

  25. Uma das situações previstas no edital de convocação do IBGE era a ausência de ajuda de custo, vale transporte e vale refeição. O IBGE simplesmente demite quem fizer greve, por justa causa, e abre novo edital para preencher essas vagas.

  26. Sou recenseador da capital acreana (Acre) eu recebi com atraso mais recebi a ajuda de custo do setor e treinamento..
    Meu único problema aqui é a coleta em condomínios pois precisamos de ofício que é o que mais está me atrasando fora isso tranquilo..
    Os supervisores sempre atentos nossa relação é ótima.

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