Você vai prestar o vestibular Fuvest 2019? Se a resposta for positiva este artigo pode te ajudar a entender um pouco sobre as obras literárias que serão utilizadas no processo de seleção do maior vestibular do Brasil.
A pauta é sobre as novas leituras obrigatórias e com dicas de qual o movimento literário está mais presente em cada uma das obras que serão cobradas no Vestibular da Fuvest. A primeira fase apresenta questões de literatura fechadas e a segunda com questões abertas. Assim, é muito importante você ficar antenado e conhecer cada uma das nove obras que serão cobradas nas provas da Fuvest 2019.
Abaixo segue a relação completa com o link para adquirir a obra pela internet:
- Iracema ‐ José de Alencar
- Memórias Póstumas de Brás Cubas ‐ Machado de Assis
- A Relíquia ‐ Eça de Queirós
- O Cortiço ‐ Aluísio Azevedo
- Vidas Secas ‐ Graciliano Ramos
- Minha Vida de Menina ‐ Helena Morley
- Claro Enigma ‐ Carlos Drummond de Andrade
- Sagarana ‐ João Guimarães Rosa
- Mayombe ‐ Pepetela
Iracema
Iracema é uma obra da primeira geração romantismo e nela nós percebemos nacionalismo, exaltação da natureza, sentimentalismo, religiosidade cristã e indigenismo. Há ainda dois aspectos muito importantes: José de Alencar escreve com o idealismo. O índio é um herói e o português nem sempre é somente um inimigo. Ele também cria um mito fundador do Brasil que nada mais é do que dizer como surgiu o primeiro brasileiro.
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Esse é o livro que inaugura a escola realista no Brasil. No realismo à linguagem direta a narrativa é detalhada e o ambiente é urbano. Essa escola faz críticas sociais e também a análise psicológica dos personagens.
Machado de Assis dialoga com você leitor, com o uso da metalinguagem. Muita atenção nesse aspecto. Além disso ele usa pessimismo ironia e crítica social.
A relíquia, de Eça de Queiroz
Nós temos mais uma representante do realismo no Brasil. Dessa vez com um tom mais severo e mais sarcástico. O mundo é visto de forma fria e desencantada. Ele criticou a monarquia, a igreja e a burguesia sem perder o tom de humor.
O Cortiço, de Aluísio Azevedo
Essa obra é um marco do naturalismo e dentre as características mais importantes está o determinismo. Segundo essa teoria, a história, o meio e a raça influenciam o caráter das pessoas.O autor faz inclusive oposição entre os brasileiros e os portugueses.Enquanto os portugueses são os ambiciosos trabalhadores e os brasileiros sempre retratados como preguiçosos.
Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Pertence à segunda fase do modernismo, com destaque para o regionalismo (principalmente o sertão nordestino). A crítica e denúncia aos problemas sociais. No entanto, o romance ainda pode ser considerado otimista porque eles não perdem a esperança de uma vida melhor
Minha vida de menina, de Helena Morley
Diferente de todos os que nós vimos até agora ele é um diário de uma menina escrito quando ela tinha entre 13 e 15 anos de idade. Ela vivia numa sociedade pós abolição da escravatura, o que faz que essa obra dialogue muito com Sociologia e com História. Por ser um diário a escrita é livre e sem erudismos.
Sagarana, de João Guimarães Rosa
Esta obra pertence à terceira fase do modernismo é composta por nove novelas. Nela o regionalismo é universalizante e diferente das obras da segunda fase do modernismo. O que está escrito nela serve para todas as pessoas e não só para os sertanejos. Acontece também a fusão entre o moral e o literário numa conversa musical. Se você ler em voz alta vai perceber uma escrita mais cantada.
Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade
Somos apresentados a uma versão Drummond entediado com o mundo. Ele rompe com o modernismo, este é o aspecto mais importante de se notar. Escreve sonetos, se preocupa com a métrica poética e realiza intertextualidade com autores clássicos como Dante Alighieri e Camões.
O Mayombe, Pepetela
Este é um romance documental escrito num estilo como se fosse uma reportagem. Pela primeira vez na lista de leituras obrigatórias da Fuvest nós temos um autor angolano e isso merece atenção especial.