Enem 2021: pandemia pode interferir no conteúdo das provas de História e Biologia?

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BELO HORIZONTE – Você certamente nunca imaginou que um dia estaria presenciando um momento do Brasil semelhante aqueles que já estudou nos livros de história, correto?

Por certo, daqui a alguns anos, seus filhos estudarão tal episódio. Do mesmo modo, não pensou que em algum período de sua existência estaria pesquisando a fundo sobre um vírus agora não tão novo para entender seu funcionamento e se prevenir de uma doença mortal, não é mesmo? Porém, mais que nunca esses temas são atuais, mas também históricos e educativos.

Pandemia nas provas de Biologia e História

Não à toa, apesar de parecer estranho, é possível que essas temáticas sejam cobradas como conteúdo de questões de história e biologia no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021. Ou seja, sim, a atual situação da pandemia de Covid-19 no país pode interferir na prova, e isso não só em relação ao nível de dificuldade das questões, o que também deve sofrer modificações em razão das barreiras impostas aos vestibulandos pelo distanciamento das salas de aula por mais de um ano.

“As questões do Enem podem vir em um nível um pouco inferior para que os alunos possam fazer as questões, e isso vai influenciar, podendo até elevar as notas nas áreas de conhecimento”, opina Fernando Amarante de Lima, professor de ciências e biologia e coordenador do Ensino Médio no Colégio Academia, de Juiz de Fora/MG.

Para Fernando, na prova de biologia, é quase certo a cobrança de temáticas relacionadas a pandemia de Covid-19, o que já era esperado, segundo ele, desde o Enem passado.

Porém, ele pontua que nem sempre as questões serão diretamente ligadas ao vírus. “Agora, temos quase certeza de que vai vir alguma questão relacionada, principalmente com a profilaxia, que é a forma de como se evita a doença. Então, o ideal é que a população seja conscientizada, já que, com o número grande de participantes no Enem, pode vir alguma questão sobre essa profilaxia, sobre vacina, por exemplo.”

No que tange a disciplina de história, Thiago Firmino de Souza, professor de história no Colégio Academia, pondera que a realidade é um pouco diferente.  Isso porque a prova do Enem costuma trabalhar os conteúdos estudados no Ensino Médio associados à realidade brasileira e mundial, o que infere que qualquer assunto atual pode ser trabalhado em uma questão, relacionando aquele assunto com a matéria. E nenhum assunto é mais atual do que a pandemia de Covid-19. Porém, essa é uma atualidade ainda em curso, por enquanto sem fim.

“A pandemia de coronavírus causa a sensação de se estar vivendo a história. É um momento que ainda não acabou, mas que temos consciência de que depois que acabar será tratado como algo importante na história humana. Enquanto atualidade, com o passar do tempo, a pandemia de Covid-19 deixará de ser atualidade e se tornará história, podendo vir na prova como qualquer outro assunto da disciplina”, afirma.

Outras disciplinas 

Carlos Alberto Bastani, professor de história do Colégio Arnaldo em Belo Horizonte/MG, concorda. Segundo ele, questões mais específicas não serão cobradas, mas é bem possível que a Covid-19 seja tema de algumas abordagens, e isso para além da história.

“A temática ‘pandemia/Covid’ poderá estar presente, por exemplo, na prova de matemática em uma cobrança de gráficos, tabelas, porcentagens, estatísticas ou funções, na prova de ciências da natureza poderia haver cobrança em questões que envolvam soluções médicas e/ou sanitárias para pandemias, fazendo interface com a química (por exemplo, por que o álcool 70% é o indicado para assepsia) ou com a física (em relação aos ventiladores pulmonares).”

Conceitos e características de fenômenos relacionados à pandemia também podem ser abordados. “Poderia haver também alguma cobrança em relação à diferença entre endemias, epidemias e pandemias ou em relação a diferença entre doenças causadas por vírus e por bactérias; na prova de linguagens, poderia ter uma cobrança em relação a gêneros textuais ou talvez na redação, abordando a crise sanitária e suas diversas consequências”, conclui.

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